segunda-feira, 13 de abril de 2015

Maus-tratos... Uma realidade


Cada vez que me aprofundo mais no assunto, mais assustada eu fico.
Não sei se contei sobre minha experiência na ONG Médicos Solidários. Na cronologia da minha vida, depois de abandonar a odontologia e me tornar gerente de um Ecoresort, me apaixonei, casei e fui morar no Rio de Janeiro. Nessa linda fase voltei a exercer minha profissão de origem... É, aquela carimbada no meu diploma. Confesso que foi a parte boa do meu convívio com ela. Me especializei em odontopediatria e depois de perceber e entender que eu não gostava de ficar dentro de um consultório aprendendo a falar em "gemidos", entrei para uma ONG.
Aí sim!
Eu sempre dizia que foi a época em que eu fui mais feliz, profissionalmente falando (OK, sentimentalmente também), até abrir minha Pet.
Era incrível subir as comunidades e receber o amor daquelas crianças. Não tenho como descrever o sorriso, o abraço, os beijinhos que eu recebia delas. Eu chegava a me emocionar de tão gostoso.
Mas tinha a parte feia.
As histórias que me confessavam eram de arrepiar os cabelos. E você começa a ver o lado feio da vida. Um lado que só quem vai lá, bate na porta e pede pra ver, tem a infelicidade de conhecer.
Não gratifica, não engrandece, não envaidece, não enobrece... Na verdade o lado podre do ser humano não acrescenta nada. Uma compaixão talvez, mas sinceramente, eu preferia não ter conhecido.
Mas como o amor é sempre resiliente, aprendi a conviver com as histórias. Uma convivência do tipo "vou tentar fazer minha parte"... que não resolve. Talvez faça a diferença naquele pequeno espaço de tempo que você esteve ali, mas não muda o mundo... ainda mais quando o assunto são crianças. Você não pode tirá-las de suas famílias e levá-las para casa, educá-las, dar ensino, casa, comida e dignidade.

Então você aprende a olhar para outros seres tão necessitados quanto as crianças, porque o amor é assim, faz você enxergar o mundo de maneira diferente. Animais não sabem se defender da malícia humana. Ele não entende que um sorriso no rosto pode vir acompanhado de uma pedaço de pau ou uma corda que machuca, que prende, que mata.
E mais uma vez, na tentativa de ajudar, você se depara com o ser humano indigno, frio, que engana, mente e não respeita.

EU REPUDIO GENTE ASSIM. Pode ser quem for.

Mas agora a história é diferente, porque podemos, SIM, mudar a vida dessas criaturas. Elas não são eternos reféns  da maldade humana e não estão presos à seus tutores malfeitores. Eles podem ganhar uma segunda chance, uma vida digna, um lar, uma família. Eles podem conhecer o lado bom do ser humano. Como a Pat no vídeo abaixo.


Se não pode adotar, ajude quem pode. Dê carinho para o seu melhor amigo e se achar que ele não tem mais espaço em sua vida, procure alguém para ajudá-lo. Não abandone, Não maltrate... Eles têm sentimentos. O gatinho, o cãozinho, o porquinho, o coelhinho...o passarinho...o peixinho.

Não engrosse a fila dos "sem coração" para ficar "bonito" na fita. E se você acha que não maltratar pessoas já é uma boa desculpa, saiba que você está errado. Mude. O mundo está cheio de pessoas do bem. Junte-se à elas. Faça a diferença simplesmente não fazendo o mal.




E que Deus nos ajude a acreditar que ainda somos a maioria.

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